I Romaria do Bem Viver: um estímulo à organização da luta em defesa do território

Com o tema “Defender a Mãe Terra e Com Nosso Modo de Vida Resistir”, o evento vai discutir mineração, agroecologia e o protagonismo da juventude

Piê Garcia

A I Romaria do Bem Viver, que será realizada nos dias 16 e 17 de novembro, fará um percurso de 35 km, saindo da Comunidade Cuipiranga, foco da resistência Cabana, no Baixo Amazonas até a Comunidade Murui, onde fica a sede da Federação das Associações de Moradores e Comunidades do Assentamento Agroextrativista Gleba do Lago Grande (FEAGLE). A atividade é uma iniciativa da Pastoral da Juventude da região 8 de Pastoral, notadamente do PAE Lago Grande (organizadas na região do Arapixuna, Arapiuns e Lago Grande) e da Pastoral da Juventude Diocesana, em parceria com a FASE, FEAGLE, Sindicato dos Trabalhadores Rurais e Agricultores Familiares de Santarém (STTR) Grupo Mãe Terra.

A atividade tem como objetivo disseminar processos de luta visando constituir o PAE Lago Grande como um território livre de mineração e potencializar os modos produtivos locais relacionados à identidade agroextrativista da região, numa perspectiva de anúncio do Bem Viver como alternativa ao desenvolvimento, além de fortalecer a aliança entres os movimentos populares e os organismos pastorais na defesa da vida com a participação viva e ativa da juventude.

Para alcançar esses objetivos, a I Romaria do Bem Viver começou a ser articulada em março deste ano com reuniões preparatórias, aproveitando a oportunidade dos módulos do programa de formação em direitos territoriais e outras atividades desenvolvidas no PAE Lago Grande. A expectativa é que cerca de mil e quinhentas pessoas de todo o PAE, e áreas vizinhas, participem. Sara Pereira, educadora do programa da FASE na Amazônia, enfatiza que a Romaria é uma importante mobilização e articulação da juventude do Pará que vem protagonizando esse processo de luta em defesa do território. A FASE se soma a essa iniciativa no sentido de fortalecer a luta que tem como principal mote o PAE Lago Grande território livre de mineração. Para Sara, “quem tem que dizer qual é a forma de se viver e de se manter no território são as próprias comunidades que estão vivendo nesses locais.”

Da comunidade, para a comunidade e para o mundo

Ricardo Ayres, morador da comunidade de Membeca, ressalta que é um momento de reflexão sobre a terra, os animais, as águas e os hábitos. “É necessário que o bem comum possa estar presente sempre, para que essas culturas, tradições e raízes não se percam. E o que faz com que isso aconteça de fato é a gente pensar em manter todas essas riquezas naturais para as futuras gerações”. Ricardo acredita que a Romaria trará à tona pensamentos e ações sobre o que é “essencial para a vida humana, para a vida da floresta, para a vida dos animais e para vida dos rios e igarapés. O acontecimento será muito importante para dar visibilidade às lutas dos que estão no território”.

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Foto de capa: Fase AM

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