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Grupos de trabalho na retomada do manejo florestal comunitário: estratégias e propostas em foco

Veja as principais demandas levantadas. Todas elas constam na Carta de Brasília, documento síntese do evento.

Uma das atividades desenvolvidas dentro do Encontro para a retomada da agenda do manejo florestal comunitário na Amazônia Brasileira foram os Grupos de Trabalho para debater demandas necessárias e que surgissem com e a partir das comunidades e especialistas que atuam no setor. 

Cada Grupo de Trabalho (GT) dedicou-se a áreas específicas, delineando estratégias e propondo soluções concretas. O enfoque abrangeu desde a formação e capacitação até os desafios na produção e comercialização, criando uma abordagem abrangente para impulsionar o programa federal de apoio ao MFCF. Essas atividades foram integralmente integradas ao desenvolvimento da Carta de Brasília, consolidando as principais demandas identificadas.

Dentro do grupo formação, capacitação e gestão, os grupos propuseram a formação de estruturas de apoio florestal nos estados, fortalecimento dos agentes florestais e parcerias com instituições educacionais para proporcionar formação profissional. Além disso, destacaram a importância de seguros e fundos rotativos para garantir as fases iniciais dos empreendimentos.

A gestão também foi um ponto central abordando desde a criação de mecanismos padronizados até a retomada de centros de treinamento. A proposta de inclusão de temas de gestão nos currículos escolares vislumbra uma continuidade eficaz nas diretorias dos empreendimentos, garantindo uma gestão sólida e sustentável.

Para Alison Castilho, do IEB, a iniciativa de ouvir e sintetizar as informações foi uma forma de colaborar com o governo federal para que o executivo tenha em mãos ferramentas que possibilitem o avanço das atividades. “Nós, como organização da sociedade civil interessada nesta agenda faremos o possível para fornecer dados e informações necessárias para a consolidação do manejo”. 

Marco Lentini, do Imaflora, lembrou que a instituição tem interesse integral no desenvolvimento do manejo florestal sustentável, bem como na atuação no setor, inclusive no manejo liderado pelas comunidades, logo a discussão em grupo é parte indispensável desse processo. “Queremos aprender com nossos erros e acertos que ocorreram na última década nessa agenda. Ouvindo essas informações vamos poder unir as novas ferramentas que temos e que podem servir como subsídio para aprimorar o que foi feito no passado, sem repetir os mesmos equívocos”.

No grupo de produção, comercialização e desafios no manejo, os grupos trataram  diretamente dos desafios operacionais: a necessidade de capacitação contínua, linhas de crédito acessíveis, energia e água adequadas foram destacadas. A criação de políticas públicas para garantir um comércio justo e sustentável foi enfatizada como um pilar essencial para o desenvolvimento eficaz do MFCF.

Veja abaixo uma síntese das discussões em tópicos.

Demandas Identificadas pelos Grupos de Trabalho.

Formação e capacitação abrangente

  1. Estruturas de apoio florestal: Propuseram a criação de estruturas nos estados para apoiar a agenda florestal.
  2. Fortalecimento de agentes florestais: Destacaram a importância de fortalecer os agentes florestais para prestar assistência à agenda do Manejo Florestal.
  3. Formação profissional: Propuseram a promoção de formação profissional nas instituições de ensino técnico, institutos e universidades.
  4. Identificação Botânica: Enfatizaram a necessidade de incentivar a formação voltada à identificação botânica, aproveitando os saberes locais.
  5. Fundo rotativo federal: Propuseram a criação de um fundo rotativo federal para apoiar a cadeia do Manejo Florestal Comunitário e Familiar nas fases iniciais.

Formação padronizada e continuada

  1. Plano de formação padronizado: Destacaram a necessidade de um plano de formação padronizado por meio do sistema S, voltado à gestão dos empreendimentos comunitários de MFCF.
  2. Centro Nacional de Pesquisa e Treinamento: Sugeriram a retomada do Centro Nacional de Pesquisa e de Treinamento Operacional em Manejo Florestal Comunitário, lançado em 2013 pelo ICMBio.
  3. Inclusão de Temas de Gestão nos Currículos: Propuseram a inclusão de temas de gestão de negócios nos currículos dos ensinos médio e técnico para garantir a continuidade nas diretorias dos empreendimentos.
  4. Parcerias empresariais: Sugeriram o diálogo com setores empresariais ligados à indústria florestal para financiar cursos voltados à gestão dos empreendimentos comunitários.

Capacitação técnica, transparência e fiscalização

  1. Capacitação técnica e financeira: Ressaltaram a importância da capacitação técnica e financeira para grupos de manejadores.
  2. Transparência nas decisões: Destacaram a necessidade de mais transparência nas decisões tomadas nos empreendimentos comunitários.
  3. Seguro defeso florestal: Propuseram a criação de um seguro defeso florestal para os manejadores durante o período da entressafra da madeira.
  4. Articulação interministerial: Sugeriram a articulação interministerial para retomar a agenda do Manejo Florestal Comunitário e Familiar.
  5. Desenvolvimento de normas legais: Propuseram o desenvolvimento de normas legais para garantir segurança jurídica nas práticas do manejo florestal.
  6. Intensificação da fiscalização: Destacaram a importância de intensificar a fiscalização nas Unidades de Conservação para garantir mais segurança aos manejadores e impedir que madeireiros ilegais explorem as florestas que estão dentro dos territórios das UCs.

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