O modelo de governança do manejo florestal comunitário e familiar e o movimento para a retomada do programa federal de manejo foram alguns dos temas discutidos durante visita do oficial chefe da Divisão de Florestas da Organização Internacional de Madeiras Tropicais (ITTO), Hwan-ok Ma, realizada na manhã da última quarta-feira (13), no escritório do Instituto Internacional de Educação do Brasil (IEB), em Belém.
Com sede em Yokohama, no Japão, a ITTO é uma organização intergovernamental que promove a conservação e manejo sustentável, uso e comércio dos recursos florestais tropicais. Seus membros representam cerca de 80% das florestas tropicais do mundo e 90% do comércio global de madeira tropical.
Em visita ao Pará para participar da reunião do Comitê Gestor do projeto Bom Manejo, realizado pela Embrapa Amazônia Oriental com financiamento do ITTO, Hwan-ok Ma está cumprindo uma série de reuniões com instituições que tenham agendas voltadas ao manejo florestal sustentável, entre elas o Observatório do Manejo Florestal Comunitário e Familiar (OMFCF).
Na reunião de apresentação do Observatório, estiveram presentes Lucas Freitas, Fabrício Ferreira e Milton Kanashiro, da Embrapa Amazônia Oriental, Max Steinbrenner, assessor do projeto Bom Manejo, e Alison Castilho, do Instituto Internacional de Educação do Brasil (IEB).
“O objetivo da agenda é que o Dr. Hwan-ok Ma tenha uma ideia mais ampla da complexidade e das instituições envolvidas no manejo florestal, principalmente o manejo florestal comunitário e familiar”, destaca Milton Kanashiro, pesquisador da Embrapa e membro do OMFCF.
Durante a reunião, os pesquisadores falaram sobre diferentes experiências de manejo florestal comunitário, usando exemplos do que é praticado na Flona do Tapajós, em Santarém, e na Reserva Verde para Sempre, em Porto de Moz, no Pará.
Representando o IEB, instituição que faz a secretaria executiva do OMFCF, Alison Castilho afirmou que o Observatório atua em mais de 6 milhões de hectares de florestas comunitárias no Pará e que entre 500 e 700 mil hectares estão sob manejo.
“Normalmente quando se fala em bioeconomia, não se inclui o manejo da madeira nesse discurso. A madeira é a agenda mais importante que precisa ser discutida no Brasil, é uma cadeia realmente importante para manter a floresta em pé”, disse Castilho.
Hwan-ok Ma assentiu e destacou a importância da educação florestal. “Bioeconomia e economia da madeira devem andar juntas. A natureza é a solução e as instituições da sociedade civil podem desempenhar um papel relevante nessa área”, afirmou.
OMFCF – O Observatório do Manejo Florestal, Comunitário e Familiar (OMFCF) é um espaço coletivo de articulação de organizações da sociedade civil, institutos de ensino, pesquisa e comunidades, com a missão de promover o manejo florestal como uma estratégia para a sustentabilidade da região amazônica. Formado por 54 organizações, o Observatório atua em mais de 6 milhões de hectares de florestas comunitárias no Pará, beneficiando 30 mil famílias e contribuindo para a valorização e garantia dos direitos e dos modos de vida de agricultores familiares e comunidades tradicionais, e para a construção de um modelo de desenvolvimento ambientalmente sustentável e socialmente justo.